STEM ainda com poucas mulheres

Secretária de Políticas e Programas Estratégicos, Marcia Barbosa, abordou dados sobre o tema das mulheres e meninas em áreas STEM.

A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcia Barbosa, abordou os desafios que ainda estão postos para as mulheres atuarem nos altos níveis gerenciais e também os estereótipos socialmente construídos que geram entraves para a entrada de meninas nas carreiras científicas, em especial a chamada STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

De acordo com relatório da Unesco, um dos fatores que dificultam a entrada de meninas e mulheres nas carreiras de ciência é a falta de modelos femininos para alterar estereótipos e aumentar o interesse na STEM, especialmente entre as pessoas mais jovens.

Segundo a secretária, até cerca de cinco anos de idade, meninas e meninos não veem diferenças entre quem é mais inteligente. No entanto, essa percepção muda por volta de sete anos de idade.

“Meninas se veem como esforçadas”, mencionou Marcia. A autopercepção diante de carreiras na área STEM tidas como mais complexas desestimula o ingresso. “Em geral, a entrada feminina nessas áreas não ultrapassa 30%”, citou.

Outro dado apresentado pela secretária Marcia Barbosa envolve as posições hierárquicas em cargos de ciência e tecnologia nacionais, considerando da área técnica até os cargos de alto nível. Dados de 2018 indicam que, enquanto no nível técnico a participação feminina pode chegar a 57%, cai para taxas em torno de 15% nas presidências de agências de fomento. Em 38 anos de existência, em 2023, pela primeira vez o MCTI é conduzido por uma mulher.

No mundo dos negócios, os dados seguem a mesma tendência. Enquanto o percentual de mulheres nos cursos de ensino superior e o número de profissionais são acima de 50%, cerca de 14% são executivas, menos de 5% ocupam cargos de CEO e cadeiras em conselhos.

“O problema é particularmente grave por questões econômicas. As maiores e mais rentáveis empresas do mundo investem em diversidade”, afirmou Marcia.