Eventos discutiram digitalização da educação, integração entre academia e indústria, e o papel dos dados no desenvolvimento científico e tecnológico.

A directora de Governança e Indicadores de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Verena Hitner Barros, representou a pasta nas agendas, promovidas pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ali foi possível reforçar o papel dos dados e da cooperação internacional no desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Pela manhã, Verena participou da abertura do IV Seminário de Ciência de Dados para a Ciência, promovido pelo Ibict, que contou com uma programação voltada ao uso estratégico de dados para o avanço da ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

No evento a diretora destacou a importância de discutir uma política nacional de governança de dados científicos e tecnológicos, alinhada à soberania nacional.

“Não há como negar a importância crescente que as universidades têm no sistema internacional na produção de conhecimento. No caso do Brasil, a ciência, o conhecimento, a inovação, são fruto de pesquisa científica que sai de universidade pública no nosso país”, afirmou Verena.

“Pensar o desenvolvimento significa pensar a universidade e o papel dos seus dados nesse contexto”, disse ainda.

Em sua fala, ela destacou que temas como a nova política industrial brasileira e a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial devem ser considerados no debate sobre dados e soberania: “É muito relevante que aconteça esse debate. A discussão dos dados tem que vir vinculada à necessária discussão sobre o sentido de ter soberania sobre os nossos dados.”

Verena também chamou atenção para a necessidade de revisão e ampliação das métricas e indicadores tradicionalmente utilizados na mensuração da CT&I.

“Muitas vezes, os indicadores tradicionais da ciência e da tecnologia não dão conta de expressar a realidade. Começar a consertar os dados significa que a gente pode começar a olhar para a ciência e pensar sobre qual é a função que essa ciência cumpre no processo de desenvolvimento”, disse a diretora.