Dados abertos em debate na primeira reunião de conselheiros científicos do G20

MCTI representou Brasil na iniciativa proposta pela presidência indiana para tratar de questões políticas globais de ciência e tecnologia.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) representou o Brasil na primeira reunião de conselheiros científicos chefes ou seus equivalentes do G20-CSAR (G20 – Chief Science Advisers Roundtable).

A reunião realizada em Ramnagar, no estado de Uttarakhand, na Índia, é uma iniciativa concebida pela presidência indiana do G20 para estabelecer um mecanismo de aconselhamento científico global eficaz.

Os conselheiros científicos chefes estão inseridos no mais alto nível de governança e têm um papel proeminente na definição das escolhas políticas, fornecendo aconselhamento científico baseado em evidências.

“A natureza abrangente e transversal do mecanismo de aconselhamento científico permite-nos criar sinergias entre vários setores e ser uma ferramenta catalisadora para alcançar soluções para algumas das questões complexas, multidimensionais e transdisciplinares”, afirmou o principal Conselheiro Científico do Governo da Índia, Ajay Kumar Sood, em comunicado à imprensa.

Mais de 50 delegados de 17 países participaram dos debates em torno de quatro temas relevantes para as questões políticas globais de ciência e tecnologia.

O G20 reúne as principais potências científicas emergentes do mundo que produzem aproximadamente 85% do conhecimento científico global. Foram debatidas oportunidades em saúde única, diversidade e acesso aberto.

“O Brasil pode contribuir para a consolidação desses temas, pois além de serem muito importantes, estão afinados com as políticas que atualmente temos no Brasil”, avaliou a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Marcia Barbosa.

O primeiro painel abordou as oportunidades em One Health, conceito de saúde única que engloba meio ambiente, para melhor controle de doenças e preparação para pandemias.

O segundo painel abordou esforços globais para expandir o acesso ao conhecimento científico acadêmico. O alto custo das publicações científicas foi mencionado como um dos desafios. Outro aspecto debatido foi o financiamento das editoras globais de acesso aberto.

O terceiro painel enfatizou questões relativas à diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade em ciência e tecnologia: “Todos os países demonstraram a mesma preocupação, não apenas para questão de gênero, mas também para questões raciais, grupos indígenas e sobre diversidade na ciência”.

Em agosto, o grupo voltará a se reunir, e o Brasil deverá apresentar o retorno sobre as questões e propostas debatidas. O país ocupará a próxima presidência do G20 a partir de dezembro de 2023.