Oficina reúne especialistas para revisar Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial

Todas as contribuições recebidas serão reunidas e vão resultar na proposta de atualização da Ebia, que será colocada em consulta pública.

Com a participação de mais de 30 representantes do setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de todo o país, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) encerrou a rodada de oficinas para revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (Ebia).

O objetivo é revisitar objetivos, eixos, metas e ações da estratégia para alinhá-la aos interesses e prioridades nacionais.

A proposta da nova Ebia deverá ser concluída até junho deste ano.

A reunião promovida na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília, contou com especialistas em P&D que atuam em 10 centros de pesquisa aplicada em inteligência artificial apoiados pelo MCTI, além de outras instituições.

O encontro fechou o ciclo de três oficinas realizadas nesta semana pelo ministério, que também envolveu representantes do setor privado e da sociedade civil.

A próxima etapa vai envolver integrantes do setor público.

Para o secretário de Ciência e Tecnologia para a Transformação Digital do MCTI, Henrique Miguel, a revisão da Ebia é necessária em razão da velocidade da evolução e do uso da inteligência artificial: “Não é só uma questão de tecnologia. É uma questão de impacto nas áreas industrial, educacional, de saúde e na sociedade como um todo.”

De acordo com ele, a nova proposta deverá incluir ações e medidas que o governo federal poderá implementar para garantir o melhor uso da IA.

Participante da oficina, o representante do Centro de Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde (CIIA-Saúde), com sede na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Wagner Meira Junior, destaca que há potencialidades e desafios na implementação da IA em benefício do país: “Temos dimensões que precisam ser equilibradas na utilização da IA no âmbito da saúde. Entre os eixos a serem trabalhados estão mudança cultural, formação profissional, acesso a dados e construção de modelos tecnológicos adequados.”

Como exemplo de aplicações da inteligência artificial no setor de saúde, o professor revela que o CIIA-Saúde já desenvolveu um serviço de IA que está sendo utilizado em telemedicina, com a realização de 7 mil eletrocardiogramas por dia em todo o país.