6G: Estrada para o futuro vai provocar mudanças radicais a partir de 2030

China pretende implantar a nova tecnologia até 2030 e outros países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul também anunciaram investimentos.

O Brasil está em processo de implantação do 5G, mas o que vem por aí?  

Para alguns especialistas, em menos de dez anos o 5G “estará datado e sem capacidade de atender a velocidade da evolução tecnológica”. Não é por acaso que as comunidades científicas “já trabalham para definir o 6G, que deve ser utilizado globalmente a partir de 2030“.

“Atualmente, 90% do nosso planeta está coberto por redes celulares e de rádio, embora apenas 50% da população mundial tenha acesso à internet.

Esse abismo digital ficou ainda mais claro durante a pandemia, quando milhares de pessoas perderam o emprego, foram substituídas por máquinas, além de crianças e jovens ficarem sem estudar”, ressalta Paulo Rufino, doutorando em 6G pela Aarhus University/ CGC da Dinamarca que marca presença no Futurecom 2022.

Segundo o pesquisador, a tecnologia pode combater a pobreza: “A preocupação sobre a tecnologia 6G permeia o desenvolvimento humano e sustentável das novas gerações da sociedade, sem esquecer da inclusão das gerações mais seniores. A ideia é que o 6G sirva a todos.”

Paulo Rufino explica que há uma discussão em torno da criação de uma tecnologia baseada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que estará em sintonia com a Sociedade 5.0.

De acordo com o especialista, a padronização permitirá que mais pessoas em todo o mundo tenham acesso à tecnologia.

A cada 1% de novas pessoas com acesso à internet móvel, o PIB nessa região geográfica cresce 0,15%.

“A tecnologia 6G vai ultrapassar as barreiras do conhecimento”, afirma o especialista, para quem a quebra de paradigmas e grandes mudanças chegam em 2030.

Segundo ele, Big Techs como Google, IBM e Microsoft estão se preparando para desenvolver computadores quânticos, entregues na nuvem, já que a computação clássica binária “chegará a um gargalo em que encontrará obstáculos para prosseguir”.

Um estudo divulgado pela China Mobile, estatal chinesa de telecomunicações prevê que a velocidade do 6G será cem vezes maior que o 5G e terá maior confiabilidade.

A China pretende implantar a nova tecnologia até 2030. Outros países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul também anunciaram altos investimentos em 6G. 

No Brasil, o primeiro passo foi dado em junho do ano passado pelo relator e conselheiro da Anatel, Vicente Aquino, ao anunciar a aprovação do Plano de Uso de Espectro de Radiofrequências para o período de 2021 a 2028.

Na prática, o objetivo do documento, que inclui a implementação do novo padrão de tecnologia móvel 6G, “é discutir com o mercado e a sociedade, de forma prévia, ampla e transparente, as melhores opções para uso do espectro no Brasil”.