Edital de R$ 100 milhões incentiva o ingresso de mulheres na ciência

Os projetos apoiados pela chamada pública deverão ser executados por meio de redes formadas por, pelo menos, três pesquisadores, preferencialmente mulheres.

Um edital no valor de R$ 100 milhões vai apoiar projetos que estimulem o ingresso, a formação e a permanência de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e na Computação.

A iniciativa conjunta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério das Mulheres e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foi anunciada pela ministra Luciana Santos durante evento em celebração ao Dia Internacional da Mulher.

A chamada pública Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação já está aberta e tem como público-alvo estudantes do sexo feminino matriculadas no oitavo e no nono ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escolas públicas e em cursos de graduação nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e na Computação.

“Vai ter mais mulheres na ciência sim. O nosso compromisso e vontade política é que as mulheres sejam de fato protagonistas da sua história”, afirmou a ministra Luciana Santos.

Segundo ela, o edital é mais uma política do MCTI de enfrentamento à superação da desigualdade de gênero, a exemplo dos programas Futuras Cientistas e Mulheres Inovadoras.

“Não podemos nos conformar que 60% das carreiras de iniciação científica são das mulheres, mas no topo da carreira só 35% alcançam as bolsas de produtividade”, lembrou.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, um dos desafios do país é fazer com que as mulheres ocupem espaço em setores como a ciência: “Esse edital é a garantia de que nós, de fato, vamos estar em um lugar que nunca nos permitiram, nem na matemática, nem na física, nem na Lua. O nosso lugar é na política, mas também na ciência e nos espaços de poder”.

Já o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, destacou a importância da oportunidade para as mulheres. “Não deixem que incutam nunca em vocês, meninas e jovens, o medo do conhecimento. O Brasil precisa da contribuição de vocês para o nosso progresso”, afirmou.

Os projetos apoiados pela chamada pública deverão ser executados por meio de redes formadas por, pelo menos, três pesquisadores, preferencialmente mulheres, vinculados a diferentes tipos de instituições.

Cada projeto poderá solicitar, no máximo, R$ 1 milhão. As linhas incluem projetos em rede nacional, em rede regional e individual.

Os recursos vão atender projetos de todas as unidades da federação. Para reduzir as desigualdades regionais, a chamada prevê a destinação da parcela mínima de 30% (trinta por cento) dos recursos para projetos cuja instituição de execução esteja sediada nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste.