Uso de dados pessoais preocupa usuários brasileiros

Empresas e órgãos públicos já adotam iniciativas para a adequação à LGPD, mas a designação de encarregados de dados ainda é pouco difundida.

Quase 42% dos usuários de Internet no Brasil dizer ficar “muito preocupados” e 25% afirmaram ficar “apenas preocupados” com a captura e o tratamento de seus dados pessoais sempre que realizam compras em websites e com aplicativos.

Os dados são da publicação “Privacidade e proteção de dados pessoais: perspectivas de indivíduos, empresas e organizações públicas no Brasil”, apresentada no 13º Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais, evento organizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A segunda atividade online que mais provocou preocupação quanto ao registro e ao tratamento de dados pessoais foi acessar páginas e aplicativos de bancos (35% estão muito preocupados e 24% preocupados).

Já usar apps de relacionamento deixa 22% muito preocupados e 12% preocupados.

“Os resultados indicam que os usuários de Internet têm maior percepção de risco no ambiente digital quando realizam transações financeiras. Mas também é relevante a preocupação com o tratamento de seus dados em outras atividades online, como o uso de aplicativos de relacionamento, até então pouco explorado em outros estudos, assim como o uso de redes sociais, um dos tipos de plataforma em que os brasileiros estão mais presentes”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.

O estudo detectou, ainda, a preocupação dos usuários quanto ao fornecimento de dados considerados sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), como os biométricos (41% dos usuários de Internet se disseram muito preocupados e 24% preocupados) e os de saúde (29% muito preocupados e 23% preocupados).

A pesquisa identificou que pretos (35%) e pardos (32%) se mostraram preocupados ou muito preocupados em proporções maiores do que brancos (26%) com o fornecimento de informações pessoais relativas à cor ou raça.

O mesmo acontece quando o assunto é a utilização que as empresas fazem de seus dados pessoais.

Assim sendo, cinquenta e dois por cento dos usuários autodeclarados pretos e 49% dos pardos disseram ficar “muito preocupados, enquanto entre os usuários brancos a proporção foi 43%”, revela o estudo.